quinta-feira, 23 de abril de 2009

APENAS O QUE É DE LEI!


por Pedro Lucínio

Uma das grandes barreiras do cinema nacional é sem duvida a captação de recursos para as produções. Enquanto uma pequena parcela se beneficia de bons contatos entre patrocinadores, outra parcela, essa bem significativa, da produção nacional não consegue nem ser atendido pelos representantes das principais empresas patrocinadoras do setor, mesmo apresentando projetos aprovados por leis de incentivo, condição “sine qua non” para captação de recursos no cinema nacional! Verdade ou mentira?!

De acordo com a ultima produção do excelente, cineasta Fabio Barreto, “Lula, O filho do Brasil”, é mentira e lei de incentivo é coisa do passado! O mercado nacional resolveu adotar o sistema Hollywood de produções cinematográficas e patrocinar filmes sem o escudo da lei de incentivo.

Desde o lançamento do projeto do filme sobre a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diversas empresas começaram a comprar cotas de até R$ 2 milhões para patrocinar o longa, e pasmem, sem o mecanismo mais comum de financiamento cinematográfico - o de incentivo fiscal. De acordo com a ANCINE, dos 274 filmes lançados de 2003 a 2007 somente 33 não tiveram recursos oriundos da lei de incentivo.

E o mais surpreendente é que segundo informações da imprensa, as empresas interessadas em patrocinar o filme não estão entre as principais financiadoras de cinema no País, ou seja, são empresas que na maioria necessitam de decisões do governo ou que possuem contratos milionários com o governo federal na marca de bilhões.

De acordo com informações bancam o filme as principais construtoras do País: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa, esta ultima de repente decidiu financiar um longa pela primeira vez. A Oi, empresa de telefonia que teve autorização para comprar a Brasil Telecom, também financia o projeto. Além destas, a Volkswagen, AmBev e Nestlé, e o bilionário empresário Eike Batista, do grupo EBX, doaram, vejam bem, doaram R$ 1 milhão.

O lançamento do filme esta previsto para 2010, ano de eleição presidencial, e torço para que seja um sucesso, de acordo com o trailer que corre na internet, nota-se que o tripé roteiro/ator/diretor deve conduzir o longa para o mesmo caminho que “Dois filhos de Francisco”, e alavancar mais ainda o publico de cinema nacional, porém a pergunta que não quer calar é de quando os demais mortais que vivem da produção cinematográfica nacional terão o respeito do governo e grandes empresas patrocinadoras? Afinal não queremos muito, apenas o que é de lei!

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